quarta-feira, 4 de abril de 2012

BEYOND CLUB

BEYOND CLUB
    Beyond foi um club perfeito. Projetado por DJs, a minha turma de DJs, tinha uma ótima pista com foco nas atrações da casa, ou seja, especialmente voltada para nós mesmos.
    Algumas noites eu trabalhava de bartender neste bar. Aprendi a fazer 15 caipirinhas em 3 minutos. Ótimos coquetéis. Escolhia os drinks das garotas e elas sempre pediam bis.
    Muitas delas eu conheci por acaso, algumas outras dançando. Muitas vezes me acabei na pista com alguma estranha que conhecia algumas garrafas de água depois. Acho que isso acontece até hoje. Só que esqueça a água, se ela não for uma garota que realmente goste de água. Naquelas noites, a droga era o ecstasy, assim, nada de álcool para cortar a vibe.
    Dayana, era uma garota mais velha, uns 10 anos, eu com meu vinte e a garota perto dos trinta. Usava óculos escuros. Usava os cabelos ruivos, para o laranja. Sempre de óculos escuros, para esconder as pequenas rugas ou para esconder as pupilas dilatadas.
    Nos encontramos numas dessas loucas noites, dançando numa boate GLS. Ela estava alucinada, passava a mão nos cabelos curtos. Me puxava  a dançar. Eu segurava em sua cintura e acompanhava os movimentos. Ela me girava, me fazia abraçá-la. Conduzia meus passos, minha direção, meu rumo. Seu perfume sério, doce e sedutor fugia ao pescoço e rodopiava minha mente. E meus lábios em seus lábios ardentes pediam mais, pediam água, pediam o suor.
    Repetíamos nossos encontros inúmeras vezes no Beyond, gostaríamos que fossem infinitos como a logo do club.
    Ela era dona de uma casa grande, seu irmão andava de skate, um campeão local que tinha muito talento para isso. Dayana tinha outros talentos,  o melhor sexo oral da minha vida e de alguns de meus amigos. Além de charme e experiência, ela era uma dama. Mas entre os jovens que competiam por números, ela conseguia se destacar. De espírito livre, talvez a primeira que conheci, me apegava ao prazer e uma ótima companhia.
    Ela adorava tomar um kir royal, deve ser por isso que eu sempre lembro do sabor de cassis quando penso nela.  Dayana tinha um ar aristocrata, já tinha dois filhos, nunca esquecia de suas responsabilidades, se formando em direito e já pensando em pós-graduação, mas nunca abria mão de seus desejos. Ela conciliava perfeitamente a sua vida, sem esquecer quem era, mesmo não sabendo quem seria.


Kevin Rodhes - personagem do livro Terapia escrito por djpandacwb

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