segunda-feira, 7 de maio de 2012

LIVROS

LIVROS
    Era uma vez, um cara que todos os dias na hora do almoço, entrava na  biblioteca para estudar. Esse cara tinha um gosto estranho, freqüentava diariamente a seção de filosofia e sociologia, e lia livros de psicologia e simbolismo principalmente, Joseph Campbell sempre estava em sua mesa.
    Tinha o hábito de freqüentar a sala de quadrinhos semanalmente e adorava jogar xadrez com os idosos.
    Para algumas garotas, ele podia se tratar de um livro mal escrito, por ser estranho, complexo e difícil de entender.
Ele era um rapaz simpático, porém sempre concentrado. Entre ósculos e amplexos revelava que não podia ser tão estranho assim. Quando questionado sempre respondia com educação. Alguns julgavam pela capa, mas numa conversa casual se demonstrava interessante.
    Um dia ele se conheceu uma garota que estava agitada e descia as escadas correndo quando nele ela esbarrou. Os livros carregados por eles se espalharam, e com ele ela gritou: - Olhe para onde anda!
    E ele respondeu: - Eu olho, mas não corra pelas escadas.
    Na verdade, ele a censurou.
    A garota tímida, aceita os livros por ele juntados e sentam-se juntos na mesma mesa para ler.
    Ficam de frente um para outro, e os olhares se encontram por cima das margens superiores de suas páginas e resolvem as mesmas não virar.
    Congelados, sem jeito, enquanto duas histórias simplesmente congelam, uma nova história começa a se desenrolar.
    A trama se passa entre a garota que estudava teatro e interpretação e o rapaz que se interessava por publicidade e psicologia. E se encontravam todo dia, e depois de uma semana viram que já não conseguiam estudar.
    Ele passou a ser um livro aberto, contava sonhos, discutia hipóteses e entre fantasias e devaneios estava sempre reservado um lugar para ela.
    Ela passou a sobrecapa, capa, a guarda, a ante-rosto, em cada estágio, deixou marcas e abriu sem cuidado, prestou pouca atenção até o espelho.
    O colofão tinha informações detalhadas, mas sem interesses ela olhou. Gostou do sumário, e no índice foi direto ao final ela buscou.
    Ela era mais individualista e sem mais, um dia pegou a estrada num espetáculo e apenas um ósculo direto ao rosto ela deixou.
    E os dias passaram, páginas amarelas, cantos marcados, orelhas passadas.
    No conto, a princesa virou bruxa, o garoto foi à luta e sonho mudou e pelas estradas eles cavalgam até que um dia ela o encontrou.
    A procura foi suave, não uma jornada, nada de missão. O acaso tratou de colocar ambos numa mesma ocasião.
    O enredo foi num bar, numa noite clara de lua cheia. O reconhecimento imediato e a conversa divertida.
    Porém, cada história tomou um rumo e quando emparelhados uma das lombadas estava invertida.
    Sem padrão inglês ou francês as línguas agora se descobriam. E novamente ao badalar do relógio novamente ela fugia.
    Um forte amplexo e sem frescura um beijo ela arrancou novamente do rapaz. E de enfrentar a realidade novamente ela foi incapaz.
    Na saída da cidade com dó ela olhou para trás e agora com certa esperança, o desejo de criança, uma imagem de pessoa fullgás.
    E o ardil se perdera muito cedo, antes mesmo de chegar na cama. Até nunca mais.

Kevin Rodhes - personagem do livro Terapia escrito por djpandacwb

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